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Já escrevi logo no começo desta pandemia sobre o Home Office na advocacia. Falamos sobre urgência, custos,  tecnologia, implicações trabalhistas e boas práticas para o bom andamento do escritório.

Porém a realidade agora é outra, a pandemia não terminou, muitos escritórios e advogados gostaram da ideia e esta nova forma de trabalhar está se tornando cada vez mais comum.

Tenho visto várias formas de trabalho, desde escritórios que voltaram 100% ao presencial, quanto outros em que todos os advogados e a grande maioria do pessoal administrativo estão trabalhando em Home Office; lembrando que outros estão no meio termo, com escalonamentos e regras para o trabalho presencial.

Mas o que fez com que estes escritórios tomassem direções tão diferentes ? Vou detalhar  algumas tendências sobre este assunto, derivadas da conversa que tenho mantido com vários escritórios:

  1. Os escritórios que precisam de contato diário com clientes (PF) e que são considerados de “massa” estão na sua grande maioria trabalhando presencialmente. Estes escritórios dizem que seus clientes não têm tempo e condições de fazer reuniões on-line e desta forma estão abertos para atendimento. Quanto ao pessoal administrativo e devido ao volume de tarefas estão trabalhando em sistema de rodízio, priorizando o atendimento presencial

 

  1. Escritórios pequenos, com até 8/10 advogados tem trabalhado em Home Office, fazendo apenas reuniões extremamente importantes com clientes chaves presencialmente. O Administrativo, neste caso bem pequeno, só vai em ocasiões especiais.

 

  1. Por outro lado, escritórios de médio porte, com mais de 20/25 advogados, estão mais flexíveis, dividindo dias presenciais e dias home office, levando em consideração a área de atuação e senioridade. As áreas voltadas ao consultivo e arbitragem majoritariamente estão em home office, enquanto o contencioso está trabalhando presencialmente, porém nos dois casos ainda alternando home office e presencial. Quanto a senioridade, quanto mais sênior menos dias presencial. O administrativo em rodízio.

 

  1. Os grandes escritórios são bem mais complexos com a tendência de colocar grande parte dos advogados em home office, e também boa parte do administrativo. Os principais sócios tendem a participar das reuniões presencias e os coordenadores de área também. Grande parte do administrativo voltou ao presencial.

 

Lembrando que estes são caso que verifiquei na realidade, e as variações são inúmeras e não existe uma regra que esteja sendo seguida pelos escritórios, o que vale muito também é a vontade dos sócios em como querem gerir seu negócio.

 

Todas estas mudanças já trouxeram custos para esta adaptação e podem trazer mais custos caso seja decidida a migração total ou parcial para home office. Alguns escritórios irão diminuir o espaço físico, o que vai gerar custos neste momento, mas depois a manutenção diária e o custo com alguns benefícios irão cair muito.

E a pergunta é: com a diminuição a médio prazo dos custos, o valor dos honorários iam cair também ? O valor não gosto com manutenção e benefícios seria destinado para inovações tecnológicas e cursos de aperfeiçoamento ? Não vejo ainda uma tendência neste sentido, mas para mim o reinvestimento parece-me o caminho.

 

Não posso deixar de falar no fator psicológico. Uma mudança tão grande pode gerar afastamento entre os advogados e colaboradores, sem falar no desgaste emocional. `muito saudável e recomendável que pelo menos uma vez por semana exista este contato para não se perder o entrosamento e os laços emocionais criados. Afinal, até março convivíamos mais com nossos colegas de trabalho do que com nossa família.

 

Fernando Henrique Oliveira Magalhães

Finalizei meu segundo grau em 1981 no Colégio Santo Américo. Sou graduado pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA – USP) pela turma de 1985.

Em 2018 finalizei Curso de Especialização em Planejamento Estratégico para Escritórios de Advocacia na GVLAW, da Fundação Getúlio Vargas, além de concluir o curso Melhores Práticas de Escritórios de Advocacia ministrado na TOTVS.

Em 2019 finalizei mais um Curso de Especialização em  Gestão Jurídica Estratégica na FIA – Fundação Instituto de Administração.

Estudei inglês na Associação Alumini cumprindo os módulos básico, intermediário e avançado de 1987 até 1990, tendo assim fluência falada e escrita.